9 December 2012

les nouvelles nourritures

in the way to saint michel's castle
Je reconnais que je me suis longtemps servi du mot Dieu comme d’une sorte de dépotoir où verser mes concepts les plus imprécis. Cela finit par former quelque chose de fort peu semblable au bon Dieu à barbe blanche de Francis Jammes, mais de guère plus d’existant. Et comme il advient que les vieillards perdent successivement cheveux et dents, vue, mémoire et enfin la vie, mon Dieu perdit en vieillissant (ce n’est pas lui qui vieillissait, c’est moi) tous les attributs dont je l’avais revêtu naguère ; à commencer (ou à finir) par l’existence, ou, si l’on veut, par la réalité. Cessé-je de penser, il cessait d’être. Seule mon adoration le créait. Elle pouvait s’en passer de lui ; Lui ne pouvait pas se passer d’elle.

Eu reconheço que por muito tempo utilisei a palavra Deus como uma espécie de repositório onde despejar meus conceitos mais imprecisos. No fim isso formou alguma coisa muito pouco parecida ao bom Deus com barba branca de Francis Jammes, mas nem por isso mais real. E como acontece que os velhos percam sucessivamente os cabelos e os dentes, a vista, a memória e por fim a vida, ao envelhecer meu Deus perdia (não era ele que envelhecia, era eu) todos os atributos que dos quais eu lhe havia revestido ; a começar (ou por fim) pela existência, ou, se acharmos melhor assim, pela realidade. Quando eu cessei de pensar, ele cessava de existir. Apenas minha adoração o criava. Ela podia existir sem ele ; Ele não podia existir sem ela.

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